Para entender a atuação do “Choque de Ordem”, primeiramente é necessário compreender o porquê da sua existência. É bem sabido que as classes média e alta não querem ver a baixa frequentando seu espaço, para isso o prefeito Eduardo Paes aplicou o “Choque de Ordem”. O choque é uma medida para privilegiar os ricos e reprimir os pobres, sua ação se dá tomando a mercadoria de trabalhadores, jogando na rua moradores de residências informais e aprisionando moradores de rua no que eles chamam de “abrigos”. Esta ação ocorre nas orlas da Zona Sul, Barra, Recreio e nas áreas mais abastadas da Zona Norte — Tijuca, Vila Isabel, e Maracanã.
Trabalhadores ambulantes: Em censo realizado pelo próprio governo foi perguntado aos moradores de comunidades do que estes mais sentiam necessidade, a resposta freqüente foi oportunidade de emprego. O governo não oferece emprego aos moradores, que muitas vezes acabam recorrendo ao tráfico para sustentar suas famílias. Mas, ainda há moradores que resistem a tudo isso e se tornam trabalhadores ambulantes. O governo, não satisfeito de não oferecer-lhes emprego, ainda reprime estes trabalhadores para esvaziar os bairros dos ricos justificando que este trabalho é ilegal. A questão excede ao fato de que se deva trabalhar ilegalmente ou não, mais sim ao fato de que o governo deve legalizar essa forma de trabalho honesto. Toneladas de materiais de trabalhadores ambulantes são “ apreendidos” por dia. È fato conhecido que muitas vezes guardas municipais ficam ou vendem esses materiais, isso não é apreensão é roubo! Exemplos de repressão:
Um escultor de areia teve seu material “apreendido” por agentes. Trabalhadores ambulantes moradores do morro Cantagalo que trabalhavam foram “ apreendidos” no Flamengo. Várias Kombis usadas pelos trabalhadores ambulantes que estavam legalmente estacionadas foram recolhidas. Um trabalhador que vendia bonés no calçadão também teve seu material de trabalho “apreendido”, vinte amigos seus protestaram e todos os vinte trabalhadores foram algemados como bandidos e levados para a 16° DP na Barra.
Moradores de rua: Oficialmente, todo cidadão tem direito à moradia, porém o governo não cumpre isso e muitas pessoas acabam se vendo obrigados a morar nas ruas. Muitos bandidos são aprisionados tendo comida e moradia, mais são privados do maior bem do homem: a liberdade. Moradores de rua que cometeram um único crime, o de ser pobre, são postos nestas mesmas condições. Por isso é necessário dizer não à política de criminalização da pobreza de Eduardo Paes! Moradores de rua não são recolhidos, mas aprisionados em “abrigos”, de onde não podem sair. A resolução não é apoiar a moradia de rua, mas dar moradias decentes a estas pessoas, este é um direito humano que, em teoria, o governo deve cumprir. Mas o “Choque de Ordem” foi a “solução" que o governo deu para que os moradores da Zona Sul e Barra não vejam suas ruas “poluídas” com moradores de rua.
Despejo de moradores: Como já foi dito o governo não cumpre a moradia e muitos se veem obrigados a morar nas ruas. Mas há aqueles que conseguem construir uma moradia em espaços desocupados. Depois de construírem, sem qualquer repressão e se estabilizarem conseguindo colocar-se como referência diante da vizinhança --no caso dos estabelecimentos-- estes moradores são mandados para a rua. Foi um caso de um prédio na orla do Recreio dos Bandeirantes com estabelecimentos e apartamentos, dentre eles uma igreja, que foi demolido depois de oito anos sem nenhuma repressão ou aviso, todos já estavam bem estabelecidos quando foram colocados para fora.”COINCIDENTEMENTE”, esta área que está sendo atacada é alvo de desejo de construtoras milionárias que levantam ali mesmo prédios de luxo extremamente caros.
Resumindo a política do “Choque de Ordem” visa privilegiar os ricos e criminalizar os pobres como moradores de rua e trabalhadores ambulantes e outros que não são queridos em bairros ricos da cidade. A atuação Paes vai de encontro com a de Sérgio Cabral e Lula. Se você crê que isto é injusto, crer e não agir não muda nada, nossas obras devem ser uma conseqüência de nossa crença, se não está morta. Milite! Para mais informações entre em contato.
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