Esta poesia é uma homenagem aos que sofrem com rótulos como
cult e
"pós-neo" e todos que vivenciam a dificuldade de sobreviver se divertindo (há quem chame de "trabalhar") com circo. Ela foi escrita durante um show do Arnaldo Antunes (a foto é um agradecimento pela abertura à inspiração), possui uma linguagem ingênua com rimas bobas terminadas em "res" ("ares" na primeira metade e "ores" na segunda), tem uma musicalidade infantil e estrutura bem lúdica, quase claunesca (a razão -razão?- da outra figura). Retrata com todo o ludismo merecido a fábula (não no sentido de mentira, mas de uma "narrativa fantástica alegórica ou não de objetivo didático no formato de verso ou prosa, cujo desenlace reflete uma lição de moral") mais conhecida do ocidente e oriente médio.
Começa retratando livremente (no que se refere à fidelidade ao texto original) a criação do sol e da lua que deram origem à contagem do tempo; a criação -também em dupla- do homem e da mulher, o sugimento do quotidiano e sua quebra com a queda do homem, que troca as maravilhas do Paraíso pela futilidade e superficialidade as dores agora humanas que nos são apresentadas pelo Sistema como objetivo de consumo.

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